ANGEL EIN SOF

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

sonho desta noite...

Ze morria no sofa da casa dele com um infarto fulminante. qdo soube me desesperei. fui ao cemitério...foi horrível. Disseram para mim que ele seria enterrado na parte da prefeitura pq nao tinha dinheiro para um tumulo..fui resolver isso e qdo cheguei ja tinham enterrado ele. Sheilinha estava la e eu pedi que me mostrasse onde enterraram ele. Ela foi me mostrar mas no meio do trajeto dentro do cemiterio da Pauliceia...havia um outro enterro e era de uma pessoa que tinha ligaçao com os orixas. eu ajoelhava e cantava "babalao...babá de orixa.." Eu virava no Ogum, varias pessoas viravam no orixa. Vi novamente Obaluaê. Tinha visto ele há un 20 anos atras e outro sonho...da minha feitura e da morte de meu pai.
Andre estava de Egun....estava la tbm.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Buraco

1.
Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio...
Estou perdido... Sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

2.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.

3.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim caio... É um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.

4.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.

5.
Ando por outra rua.

Texto extraído de O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, de Sogyal Rinpoche.

sábado, 4 de setembro de 2010

mais um sonho

foi do dia 05 para dia 06 de setembro.

eu cheguei numa gruta, num lugar muito escuro...e nao tinha pedras no alto. eu podia ver o ceu estrelado.
era noite fazia uma temperatura agradável e a gruta era um pouco úmida.

comecei a ouvir vozes e logo percebi que aquela gruta era totalmente formada de cristais negros com muita mica. tudo reluzia e brilhava de uma forma incrivel. pareci que eu estava na via lactea contemplando milhoes de estrelas.

uma das vozes me disse "como vc se conectou e chegou ate aqui?"
outra voz indagava ö que faz aqui??????"

eu percebia que havia um certo espanto. e no centro de uma montanha enorme de cristais negros pude ver levemente um ser se formando...me disseram que era A GRANDE SENHORA. eu estava no templo dela.
conforme ela ficava mais aparente no meio dos cristais e de uma leve neblina...simbolos apareciam nas pedras e cabeças de pedra ( como as da ilha de pascoa) surgiam.
eu fiquei assustado mas ainda assim, curioso e comecei a falar com ela e ela comigo atraves de simboos.

eu nao entendia o que estava falando e ela falava atraves de simbolos que brotavam no ar. percebi que havia uma especie de carvão no chão.

alguem me soprou "esta é a escrita que a grande senhora usa para se comunicar. a escrita cuneiforme"

percebi que aquele lugar era sagrado, santificado e muito longe do humano.


me pediram para retornar para minha casa e disseram q eu estava longe demais.

acordei com a sensação de que eu estava num colo quente, macio e carinhoso pontualmente 6:56 da manhã.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

cantico negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

a alma imoral

"(...) um episódio paradigmático do momento de encontro dos interesses do corpo e da alma: a saída dos hebreus do Egito. Por tratar-se de um símbolo de movimento ativo para deixar a escravidão rumo à liberdade, esse acontecimento em muito se presta para exemplificar os processos humanos que realizam movimento semelhante.
(...) o Egito é, acima de tudo, um símbolo, por representar um lugar que "já foi bom" e deixou de ser. (...) a etimologia habraica da palavra Egito - mistraim - quer dizer lugar estreito.
Todos nós deparamos com lugares que se tornam estreitos em determinado momento. Estes lugares, que outrora serviram para nosso desenvolvimento e crescimento, se tornam apertados e limitadores.
No processo de saída de um lugar estreito, temos uma descrição interessante dos fatos históricos ocorridos no relato bíblico. Segundo o mesmo, o processo de saída esbarra num limite tão real e profundo como o mar.
(...) Quando resolvemos sair do lugar estreito, ocorre um processo semelhante com o corpo. O corpo não gosta de sair, de mudar. São a estreiteza e o desconforto que o convencem de que não existe outra saída. Mas para onde ir se o corpo não conhece nada de diferente de si mesmo? A alma, imoral em sua proposta de desalojamento do corpo, impõe uma caminhada que para o corpo acaba por ser um enfrentamento com uma barreira aparentemente intransponível. Como seguir rumo à terra prometida, ao futuro, se entre o presente e ela existe um fosso, um mar, absoluto. O corpo então questiona a sensatez da alma. Os portões do passado se fecham, os do futuro não estão abertos e o corpo experimenta a mais temida das sensações - o pânico de se extinguir.
Encurralado diante do mar, o povo, representativo do corpo, assume algumas posturas possíveis. De acordo com o ensinamento chassídicos, existem quatro comportamentos clássicos mencionados como quatro acampamentos. (...) O primeiro quer voltar, o segundo quer lutar, o terceiro quer jogar-se ao mar, o quarto mobiliza-se em oração.
(...) Nenhum dos acampamentos representa o futuro e a saída. Todos eles são variações sobre a hesitação e a vacilação. São, na realidade, a fronteira onde um corpo morre para renascer com uma mesma alma em outro corpo - do outro lado da margem.
(...) A resposta de D´us às vacilações do corpo, ou seja, resposta proveniente da fonte de toda alma e todo futuro, é igualmente decisiva e intrigante (Ex:14:15): "Diga a Israel que marche."
(...) Conhecemos o final do relato bíblico em que o mar se abre. Mas, para o Midrash - comentários alegóricos dos rabinos -, a abertura do mar se dá de uma maneira muito peculiar. Um homem chamado Nachshon ben Aminadav, que não sabia nadar, começou a adentrar as águas. Estas, no entanto, não se abriram num primeiro instante. Somente quando o homem já estava com a água no nível do nariz, as águas se abriram.
(...) Nachshon compreende a recomendação de D´us: "marchem". O futuro existe se vocês marcharem. O futuro, porém, não está ligado ao presente pelo corpo. A alma guiará o caminho seco por meio do molhado, de um corpo a outro ou de uma margem a outra.
Saber abrir mão desse corpo na fé de que outro se constituirá é saber dar o passo que leva até onde "não dá mais pé". Enquanto der pé, estaremos estacionados em acampamentos.
Esse profundo ato de confiança em si e no processo da vida garante a passagem pelo vazio que magicamente se concretiza em chão sob nossos pés. O que não existia passa a existir e um novo lugar amplo se faz acessível.
(...) Passar por um processo de mutação de maneira bem sucedida é irromper em um outro corpo que não se sabia que poderia conter nosso "eu"."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A ALMA IMORAL

A alma nos é apresentada como imoral e o corpo como moral.
A alma rompe, transgride e modifica antigos pilares já tidos como firmados e seguros.
A alma desobedece e passa a respeitar e ao obedecer passa a desobedecer.
Nem sempre o correto da tradição é o bom do momento. A maior traição que ohomem pode cometer é contra si próprio, pois o homem será sempre um traidor, não importando o que faça...a escolha que fizer será sempre uma traição, pois o homem que se mantém acomodado é um traidor, o homem que não rompe com o certo do passado em troca do bom do presente é um traidor e o homem que rompe com tudo, também, será um traidor. Assim sendo, o grande pulo é fazer o achar melhor para si próprio.
Chega um momento em que o homem deve caminhar, pois ficar paralizado não lhe trará soluções, voltar não será mais possível, pois não há mais caminho para trás e assim sendo, sua única alternativa é romper com os muros invisíveis que protegem o medo e caminhar...transgedir, romper com o passado.
Utilizando parábolas exemplificativas descobrimos que nem sempre o certo é o bom e sim, o errado é que será bom.
Na busca incansável pelo encontro com a verdade, o homem descobre que a sua verdadeira alma é imoral. A mulher é a transgressora por natureza e o homem é o corrompido. A serpente habita a alma feminina, enquanto o homem é o seduzido.
Percebe-se a necessidade da mutação humana, através da reprodução o homem transmuta e a clonagem demonstra ser um erro, pois nela não há mutação.
É pela transgressão que o homem se faz conhecedor e desbravador da essência da natureza humana.

sábado, 21 de novembro de 2009

Maslow e as pessoas auto-realizadoras

Para entender melhor a teoria de Abraham Maslow, leia primeiro A Hierarquia de Necessidades de Maslow.

Os quatro níveis na parte de baixo da Pirâmide de Necessidades são os D-Needs(Deficit Needs). Ou seja, se você tem falta em algum desses níveis, você sente a necessidade, e procura supri-la. Mas se você tiver tudo que precisa, o que você sente? Nada?! É isso mesmo! Ou seja, essas necessidades deixam de ser motivadoras. É estranho pensar dessa forma, mas se você supriu todas as necessidades fisiológicas, de segurança, de amor e de estima, então você não sente mais falta de nada! Qual então a motivação para continuar se desenvolvendo?

É por isso que o último nível é um pouco diferente. Maslow usou uma variedade de termos para se referir a este nível. Ele o chamou de B-Needs (Being Needs, ou Necessidades de Ser), ou ainda “motivação para o crescimento”, ou ainda “auto-realização”. As pessoas que atingem esse nível foram chamadas por Maslow de “auto-realizadoras”.

As necessidades desse nível não se referem à busca de equilíbrio ou homeostase. Uma vez que essas necessidades são acionadas, elas continuam a ser sentidas indefinidamente, e não há como atendê-las plenamente. É como se elas se tornassem mais fortes quanto mais você tenta alimentá-las. Elas se referem ao contínuo desejo de desenvolver potencialidades, de “ser tudo que você pode ser”. Elas o impelem a se tornar o mais completo “você” que só você pode ser. Daí o termo auto-realização.

As pessoas auto-realizadoras

Vamos pensar um pouco na teoria até este ponto. Se você quer ser realmente uma pessoa auto-realizadora, você precisa suprir suas necessidades inferiores, pelo menos até certo nível. Isso faz sentido: se você tem fome, você vai se virar para conseguir comida; se você não se sente seguro, estará constantemente em alerta; se você está isolado e sem amor, você vai tentar satisfazer essa necessidade; se você tem uma baixa auto-estima, vai se tornar defensivo ou tentar compensar de alguma forma. Ou seja, quando suas necessidades inferiores não são satisfeitas, você não consegue se dedicar totalmente ao desenvolvimento de seus potenciais.

Não é surpresa, portanto, com o mundo difícil em que vivemos hoje, que apenas uma pequena porcentagem da população mundial seja, verdadeira e predominantemente, auto-realizadora. Maslow em certo ponto sugeriu que apenas 2% da humanidade são pessoas auto-realizadoras.

Surge então a questão: o que exatamente Maslow chama de auto-realização? Para responder a isso, precisamos dar uma olhada nas pessoas que ele chamava de auto-realizadoras. Felizmente, Maslow fez isso para nós, usando um método qualitativo denominado análise biográfica.

Pra começar, ele selecionou um grupo de pessoas. Algumas eram figuras históricas, outras eram pessoas que ele conhecia. As pessoas escolhidas eram aquelas que Maslow sentia que se encaixavam no padrão de auto-realização. Nesse grupo estavam Abraham Lincoln, Thomas Jefferson, Albert Einstein, Eleanor Roosevelt, Jane Adams, William James, Albert Schweitzer, Benedict Spinoza, Aldous Huxley, e mais 12 pessoas cujos nomes foram mantidos em segredo e que estavam vivas na época em que Maslow conduziu a pesquisa. Ele então estudou suas biografias e escritos, e os atos e palavras daquelas que ele conhecia pessoalmente. A partir dessas fontes, Maslow criou uma lista de qualidades que pareciam características dessas pessoas, em oposição à grande maioria de pobres mortais como nós.

Essas pessoas eram “centradas na realidade” (reality-centered), o que significa que elas conseguiam distinguir o que é falso e enganoso do que é real e genuíno. Elas eram “centradas em problemas” (problem-centered), o que quer dizer que elas tratavam as dificuldades da vida como problemas que precisavam de soluções, não como frustrações pessoais com as quais devessem se irritar e se conformar. Elas tinham uma percepção diferente de meios e fins. Elas sentiam que os fins não necessariamente justificavam os meios, mas que os meios poderiam ser fins em si mesmos e que os meios – a jornada – eram, com muita frequência, mais importantes que os fins.

Os auto-realizadores também têm um modo diferente de se relacionar com os outros. Primeiramente, eles apreciam a solidão e se sentem confortáveis em estar sozinhos. E eles apreciam relações pessoais profundas com alguns poucos amigos próximos e membros da família, mais do que relações superficiais com muitas pessoas.

Eles apreciam a autonomia, uma relativa independência das necessidades físicas e sociais. E eles resistem à aculturação, ou seja, não são suscetíveis à pressão social de serem “bem ajustados” ou de se adequarem ao padrão – eles são, na verdade, inconformados, no melhor dos sentidos.

Eles têm um senso de humor não hostil - preferem fazer piada de si próprios, ou da condição humana, e nunca fazem humor às custas de alguém. Eles têm uma qualidade que Maslow chamou de aceitação de si-mesmo e dos outros, que significa que eles são mais propensos a aceitar você como você é do que tentar mudá-lo para o modo como eles acham que você deveria ser. Essa mesmo aceitação aplica-se às atitudes deles em relação a si mesmos: se alguma característica pessoal não é prejudicial, eles a aceitam, até mesmo apreciando-a como uma peculiaridade pessoal. Por outro lado, eles são fortemente motivados a mudar características negativas de si próprios que podem ser mudadas. Paralelamente a essa aceitação, possuem espontaneidade e simplicidade: eles preferem ser eles mesmos a serem pretensiosos ou artificiais.

Além disso, eles tinham um senso de humildade e respeito para com os outros – algo que Maslow também chamou de “valores democráticos” – significando que eles eram abertos à diversidade dos indivíduos e à diversidade étnica, considerando-as inclusive um tesouro da humanidade. Eles tinham uma qualidade que Maslow chamou “human kinship“, termo que denota um sentimento de fraternidade para com a raça humana. Significa interesse social, compaixão, humanidade. Essa qualidade era acompanhada de um forte senso ético, que tinha uma conotação espiritual, mas raramente ligado a religiões convencionais.

E essas pessoas tinham uma habilidade de ver as coisas, até mesmo as coisas comuns, com admiração. Em paralelo a isso há a capacidade de serem criativas, inventivas e originais.

E finalmente, essas pessoas tendiam a ter mais experiências culminantes (peak experiences) do que as pessoas comuns. Uma experiência culminante é um momento em que você é tirado de si mesmo, que faz você se sentir minúsculo, ou muito grande, em certa medida sentir-se um com a vida, ou com a natureza, ou com Deus. Dá a sensação de ser parte do infinito e do eterno. Essas experiências tendem a deixar marcas profundas na vida da pessoa, mudá-la para melhor, e muitas pessoas procuram essa experiência ativamente. São também chamadas de experiências místicas, e são conhecidas em muitas tradições religiosas e filosóficas.

Maslow obviamente não declara que os auto-realizadores são perfeitos. Há muitas falhas ou imperfeições que ele descobriu ao longo de suas pesquisas. Em primeiro lugar, essas pessoas frequentemente sofrem de considerável ansiedade e culpa – culpa e ansiedade realistas, e não as versões neuróticas. Alguns deles estavam sempre perdidos em pensamentos ou eram exageradamente bondosos. E finalmente, alguns deles tinham momentos inesperados de crueldade, frieza e perda de humor.

Há duas outras observações sobre os auto-atualizadores: a primeira é que seus valores eram “naturais” e pareciam fluir sem esforço de suas personalidades. Em segundo lugar, eles pareciam transcender muitas das dicotomias que outros aceitavam como inquestionáveis, como por exemplo as diferenças entre espiritual e físico, ou entre egoísmo e o altruísmo, ou entre o masculino e o feminino.

Metanecessidades e metapatologias

Outro modo como Maslow abordou o problema de definir o que é a auto-realização foi falando sobre as necessidades especiais, também chamadas de metanecessidades (B-needs), que direcionam a vida dos auto-realizadores. Eis o que eles precisam em suas vidas para serem felizes:

DesejadosIndesejados
VerdadeDesonestidade
BelezaFeiúra ou vulgaridade
Unidade, completude, transcendência de opostosArbitrariedade ou escolhas forçadas
VitalidadeMorte ou mecanização da vida
SingularidadeUniformidade
Perfeição e necessidadeDescuido, inconsistência ou acidente
Justiça e ordemInjustiça e ausência de leis
SimplicidadeComplexidade desnecessária
RiquezaEmpobrecimento ambiental
Ausência de esforçoEsforço excessivo
Auto-suficiênciaDependência
SentidoAusência de sentido

À primeira vista, pode parecer óbvio que tudo mundo precisa disso. Mas vamos pensar: se você vive em dificuldades econômicas ou em meio a uma guerra, se você vive em condições miseráveis, você se preocupa mais com esses valores, ou em como conseguir comida ou um teto para passar a noite? De fato, Maslow acredita que muito do que está errado no mundo é devido ao fato de muito poucas pessoas estarem interessadas nesses valores – não porque sejam más pessoas, mas porque elas nem sequer conseguiram atender suas necessidades básicas.

Quando o auto-realizador não consegue satisfazer essas necessidades, ele desenvolve metapatologias – uma lista de problemas tão grande quanto a lista de metanecessidades! Vamos resumir dizendo que, quando forçado a viver sem esses valores, o auto-realizador desenvolve depressão, falta de esperança, desgosto, alienação e um certo grau de cinismo.

Maslow esperava que seus esforços em descrever as pessoas auto-realizadoras eventualmente levassem a uma “tabela periódica” dos tipos de qualidades, problemas, patologias e soluções características dos mais altos níveis do potencial humano. Com o tempo, ele dedicou atenção crescente não à sua própria teoria, mas à Psicologia Humanista e ao movimento dos potenciais humanos.

O modelo de hierarquia de necessidades foi desenvolvido entre 1943 e 1954, e sua primeira publicação extensiva ocorreu em 1954, no livro Motivação e Personalidade. Nessa época, o modelo de hierarquia de necessidades era composto de cinco níveis, esses que apresentamos aqui. Mais tarde, em seu livro Introdução à Psicologia do Ser (1962), que acabou por se tornar o mais popular, Maslow já apresentava uma noção mais ampliada das necessidades humanas e já incorporava elementos do que seriam a semente do pensamento transpessoal em Maslow, em especial a noção de transcendência. Estudiosos da obra de Maslow posteriormente refizeram a clássica pirâmide, que passou então a ter oito camadas:

Pirâmide de Necessidades de Maslow - 8 níveis

Pirâmide de Necessidades de Maslow - 8 níveis

No fim de sua vida, Maslow inaugurou o que ele chamou de Quarta Força em psicologia. O behaviorismo era a primeira força; A psicanálise freudiana e demais “psicologias profundas” constituíam a segunda; sua própria Psicologia Humanista, incluindo os existencialistas europeus era a terceira força. A Quarta Força é representada pela Psicologia Transpessoal que, buscando inspiração nas filosofias orientais, pesquisa assuntos como meditação, níveis superiores de consciência, e mesmo fenômenos parapsicológicos. Talvez o psicólogo transpessoal mais conhecido atualmente seja Ken Wilber, autor de livros como O Projeto Atman e Uma Breve História de Tudo.

Maslow depositava uma esperança otimista nessa nova corrente da psicologia. Vejamos suas próprias palavras, no Prefácio à segunda edição de “Introdução à Psicologia do Ser”:

Considero a Psicologia Humanista, ou Terceira Força em Psicologia, apenas transitória, uma preparação para uma Quarta Psicologia ainda “mais elevada”, transpessoal, transumana, centrada mais no cosmo do que nas necessidades e interesses humanos, indo além do humanismo, da identidade, da individuação e quejandos. [...] Esses novos avanços podem muito bem oferecer uma satisfação tangível, usável e efetiva do “idealismo frustrado” de muita gente entregue a um profundo desespero, especialmente os jovens. Essas Psicologias comportam a promessa de desenvolvimento de uma filosofia de vida, de um substituto da religião, de um sistema de valores e de um programa de vida cuja falta essas pessoas estão sentindo. Sem o transcendente e o transpessoal ficamos doentes, violentos e niilistas, ou então vazios de esperança e apáticos. Necessitamos de algo “maior do que somos”, que seja respeitado por nós próprios e a que nos entreguemos num novo sentido, naturalista, empírico, não-eclesiástico [...]

Maslow não chegou a ver fundada a Associação de Psicologia Transpessoal (Association for Transpersonal Psychology), o que só ocorreu em 1972, dois anos após sua morte.

Links Externos

Associação de Psicologia Humanista (Association for Humanistic Psychology)

Revista de Psicologia Humanista (Journal of Humanistic Psychology)

Associação de Psicologia Transpessoal (Association for Transpersonal Psychology)

Revista de Psicologia Transpessoal (Journal of Transpersonal Psychology)

Referências Bibliográficas

A SCIENCE ODISSEY: Peoples and Discoveries: Abraham Maslow. Disponível em: . Acesso em: 4 abr. 2008.

BOEREE, C. G. Abraham Maslow. Disponível em: . Acesso em: 4 abr. 2008.

BUTLER-BOWDON, Tom. 50 Psychology Classics: Who We Are, How We Think, What We Do; Insight and Inspiration from 50 Key Books. London: Nicholas Brealey Publishing, 2007.

HOFFMAN, Edward. The right to be a human: a biography of Abraham Maslow. McGraw-Hill, 1999.

HUITT, William G. Maslow’s Hierarchy of Needs. Educational Psychology Interactive, Valdosta State University, Valdosta, GA, 2004. Disponível em: . Acesso em: 23 jun. 2008.

MASLOW, A. H. Introdução à Psicologia do Ser. 2.ed. Rio de Janeiro: Eldorado, s/d.

Por Alexandre Pedrassoli

terça-feira, 3 de novembro de 2009

poema que o andre fez para mim hoje!

EU OLHO PRA VOCE E SÓ VEJO LUZES COLORIDAS
EU OLHO PRA VOCE E SÓ VEJO FLORES REFLETIDAS
EU OLHO PRA VOCE E SINTO A PAIXÃO DESMEDIDA
EU OLHO PRA VOCE E NÃO OUÇO FALAS DIVIDIDAS
EU OLHO PRA VOCE E ESCUTO A LEALDADE PROMETIDA
EU OLHO PRA VOCE E DESCUBRO UMA CIRANÇA DIVERTIDA

EU SIMPLISMENTE OLHO PRA VOCE E SEI QUE TE AMO PRA TODA MINHA VIDA !!!!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ewa ewa...ri ro ewa

Era mais que o medo... era o medo...
Era a noite, na noite do medo...
Era o vento, era a chuva, era o céu, era o mar...
Era a vingança de Yansã...
Eparrei!
Assustava o escuro da noite e assustava a luz azulada dos raios...
No silêncio se ouvia da noite nos pés medrosos que corriam sobre as poças de água na areia batida.
Até o silêncio fugia do rugido do trovão...
Era o medo, era mais do que medo de Yewá correndo com os pés descalços sobre as poças de areia batida.
O mar lambia seus pés, querendo tragá-la por sua boca faminta de coisas vivas.
A noite engolia em sua goela escura e a vomitava no clarão dos raios...
A luz azulada de raios brilhando no corpo nu e úmido de Yewá...
Era mais do que medo.. era o medo...
Era Yansã que vingava seu amor traído...
Era a senhora dos ventos que zuniam nas cabeleiras histéricas das palmeiras...
Era o céu que arregalava os olhos de fogo, procurava a fugitiva que corria sem onde se esconder... As risadas do trovão divertiam-se com o medo de Yewá!
Ai Yewá...
Por que cedeste este corpo moço e belo ao seu rei Sàngó?...
Ai Yewá...
Por que entregaste a maciez de teus seios e o mel de teu sexo ao esposo de Yansã?...
Ai Yewá...
Não sabias que a ira de Yansã é maior do que o desejo de Xangô?
Ai Yewá... Não sabias que a vingança de Yansã é a morte?...
Era o canto de morte que o vento cantava entre as cabeleiras histéricas das palmeiras...
Corre Yewá... corre Yewá...
Fujas das praias que não podem te abrigar...
Fujas para as matas que talvez possam te abrigar...
Era a morte na espada de Yansã brilhando na luz dos raios!
Era o raio... era a vingança... era a morte...
Mas se na mata consegue se esconder... Pede ao rei de Keto, sua proteção... da fúria de Yansã amparar...
Pede a Dada, a Deusa do sexo, sua ajuda...
Ri Ro Yewá!
Ai Yewá...
Provaste que nem mesmo a Yansã consegui a sua vingança de morte...
Ri, da risada histérica da Yansã na garganta do céu...
No rugido do trovão... do lamento de Yansã...
A vingança não consumada...
Eparrei!
Ri Ro Yewá!!!

Arquivo do blog